Desde 2012 faço um exercício de fim de ano: revisito minhas redes sociais e busco relembrar tudo que aconteceu fazendo assim uma retrospectiva. É uma forma de avaliar o quanto errei, acertei, agradecer a todos que estiveram junto e planejar o que quero para o ano que vem chegando. Mesmo sem ter tido tempo de atualizar o blog não penso em fazer isso em outro espaço. Então lá vai.
2014 já começou com o pé direito. Preso no plantão resolvi fazer um festa que contou só com pessoas incríveis que me acompanharam por todo ano e que tenho muito a agradecer Carol Patrocinio e Eduardo Ribas com os filhos Lucca e Chico, Juliana Kataoka, Vinicius Ferreira, Nathália Eiras e muitos agregados queridos. Foi lindo e esse ano fico triste em passar longe dessa turma.
A partir dai em Janeiro em meio a onda do Rolezinho e dos preconceitos cotidianos passei a organizar a vida: criei um formulários para organizar os contatos, que inclusive você pode preencher aqui, criei um tumblr pra concentrar todos os meus projetos e descobri que era possível passear pela cidade de bicicleta, algo que quero fazer mais em 2015.
O fim do mês me deu igualmente uma grande tristeza e uma grande alegria. Primeiro o suicídio do Kaique, um jovem gay que vinha sendo tratado como um assassinato homofóbico. Foi minha grande matéria investigativa, dolorida e principalmente a matéria que me ensinou a ter tato, a importância da apuração. O iGay foi um dos poucos veículo a não cravar algo que não era para ter cliques e a se debruçar na história com o respeito merecido. Mais uma grande lição que tive do Ricardo Donisete e da Paula Pacheco, dois dos meus eternos ídolos. Já a alegria veio por assistir o primeiro beijo gay do horário nobre da TV. Algo que me fez ter muita esperança e a cena inclusive continua sendo uma das minhas favoritas.
Em fevereiro veio essa matéria estouro: levei três casais gay para namorarem no centro de São Paulo e a reação foi triste, pior do que esperávamos mas a repercussão ótima me fez lembrar do porque é importante fazer o que faço. Pra balancear a tensão ganhei duas deliciosas surpresas, uma de todos os meus amigos do iG e outra organizada pelo Luiz Romano, meu eterno companheiro.
O carnaval foi incrível curtindo muito bloco de rua em São Paulo, em especial o Tarado Ni Você e o Lambuza Lambida. Já nos projetos veio o 365 Soluções Pra Uma Vida Melhor, que apesar de lindo não foi pra frente por falta de tempo, quem sabe um dia…
Em março a maravilhosa oportunidade e passar três horas entrevistando a Laerte, um papo que me rende reflexão e orgulho até hoje e minha mudança para a Bela Vista para morar com o Luiz, o Ivan Votório e a Ana Okamoto, que me receberam muito bem e me deixaram fazer minha primeira decoração, algo que virou uma obsessão e uma paixão durante todo o ano.
Em abril criei um pin para compartilhar as decorações e conheci o Arthur, um jovem transexual de 13 anos que tem uma das famílias mais absurdamente bem informadas que conheci e que rendeu uma matéria inédita no país.
Maio a militância veio com tudo, teve Parada Gay, Jujubee, uma matéria incrível sobre frases que os gays ouvem no cotidiano, gravei um vídeo para o “Tudo Vai Melhorar”, a versão brasileira do “It’s get better”, a Marcha das Vadias e o começo da minha colaboração com o BuzzFeed com o post sobre o que a gente pode e não pode cobrar da Dilma.
Já junho veio com tudo pra comemora o dia dos namorados e claro, a chegada da Copa, e que Copa! Não vi nenhum jogo mas não precisou, teve muita zoeira, muita festa, muita alegria e foi ótimo porque mesmo perdendo eu entendi que é uma delicia a gente deixar de ser hater e principalmente, que você não precisa fingir que ama algo para aproveitar a vibe com a galera. Quem sabe eu não consiga levar isso pra tudo na vida!
ps: nesse mês fiz muito textão no Facebook, me orgulho de todos eles mas ainda bem que essa fase passou, prefiro papear no bar.
Em Julho a musa Manuela Barem me chamou pra ser freela do BuzzFeed Brasil e eu vivi um período enlouquecedor de uma dupla jornada maravilhosa: ser repórter do IGay e redator do BuzzFeed Brasil.
Nesse mês rolou também a Festa da Nossa Senhora do Carmo na esquina de casa e eu me apaixonei oficialmente pelo bairro. Depois de meses conturbados morando perto da Paulista foi uma delicia descobrir que existe um lugar com preços honestos, onde a gente ve criança correndo na rua e tem fácil acesso a todos os lugares. Também teve o revival da Crew que me fez lembrar o que eu gosto na balada: das conversas, dos amigos e de conhecer novas coisas, algo que a noite não tem me oferecido mais.
Agosto foi um turbilhão de emoções com a saída do iG, o lugar que eu conheci os profissionais mais foda do mundo.
Mas como tudo se ajeita, a Manuela me contratou logo em seguida e eu passei a trabalhar ao lado da equipe mais enlouquecedoramente criativa e ética: Manu, Rafael Capanema e Clarissa Passos.
Não tem nenhum dia que eu agradeça pelo trampo novo. Trabalhar em uma empresa que pensa o mercado, novos formatos de conteúdo, a evolução, que valoriza a diversidade e seus profissionais é incrível, sem contar a possibilidade de desbravar uma infinidades de temas e o aprendizado constante (mesmo, toda hora uma lição nova, cara).
Já setembro e outubro foi só trabalho e eleições, e claro, mais um novo projeto para 2015. Ah, também dei um pulinho no Rio de Janeiro pra fazer uma selfie com a Roberta Miranda e o Cumpadi Whashington e comemorei um ano ao lado do Luli, um ano intenso, amoroso, briguento, muito feliz e cheio de conquistas.
Novembro e Dezembro foram dois meses exaustivos, sem férias desde 2012 fui salvo pelo meu querido Rio de Janeiro, que sempre me recebe de braços mais que abertos. Foi muita bateção de perna, muito riso e muita, muita reflexão.
Não posso deixar de agradecer, além de quem foi citado aqui ao Elias Bastos, a Ju Prestes, o Vinícius Ferreira, o Alcides Lima, a Thais Orlandi, a Bianca Blefari e a Natália Zanzarini por terem acompanhado esse ano intenso e cheio de mudanças.
E que 2015 traga muito mais.