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Carey Mulligan, Crônica de uma morte anunciada, exposição, Hair, Henri Cartier Bresson, Hugh Hefner, Michel Fassbender, musical, Nelson Rodrigues, Norma Jeane, Playboy, Por uma vida menos ordinária, Quero ser Marylin Monroe, Shame, Toda nudez será castigada
Existe uma série de frases que me voltam constantemente, em geral nome de livros ou filmes como “Por uma vida menos ordinária” ou “Crônica de uma morte anunciada” que de alguma forma ressurgem pois casam com um momento ou anseio.
Neste final de semana me ficou o titulo desse post, homônimo a peça de Nelson Rodrigues.
Começou na sexta – feira quando fui ao shopping Frei Caneca assistir a nova montagem do musical Hair, a história retrata um grupo hippie na década de 60 durante a guerra do Vietnã e em dado ponto, próximo ao fim do primeiro ato parte do elenco se desnuda para deixar claro a mensagem de liberdade que domina a peça até ali.
Tudo certo, nada me chocou até o fim da peça, já tinha visto o filme algumas vezes e me lembrava do que aconteceria mas a nudez trouxe um novo olhar sobre o final trágico: seria o castigo que Nelson escrevera? Talvez.
No sábado troquei o palco pela tela e vi Shame, onde Michel Fassbender interpreta um viciado em sexo a voltas com sua irmã problemática encarnada em uma loira Carey Mulligan. Excessivamente orgástico e carnal o filme tem todas as cenas que precisa para ambientar o público naquela alegoria sexual, mesclando uma lentidão lacerante a trepadas intensas e o avantajado penis de Fassbender. O fim aqui é novamente trágico mesmo sem a demagogia hollywoodiana do musical.
Por fim o domigão ficou por conta da exposição “Quero ser Marylin Monroe” em que vi de pertinho a série clicada em 1949 por Henri Cartier Bresson de uma então desconhecida Norma Jeane nua sobre um tecido veludo vermelho que anos depois seria comprada por Hugh Hefner e estaria nas páginas da primeira edição da Playboy. Norma ou Marylin como preferir morreu por uma combinação de medicamentos calmantes e um enema para dormir e teve uma sofrida e repleta vida de decepções e uma depressão crônica apesar do domínio que tinha de seu corpo e sexualidade.
Coisas tão desconexas como um musical, um filme e uma exposição e apenas uma frase “Toda nudez será castigada”. Seria uma constatação ou apenas a minha culpa católica exercendo poder sobre meu inconsciente, não sei. Melhor não saber.