Tinha decidido que esse ano ia pular a retrospectiva porque achei que não teria condições emocionais para reviver alguns momentos muito dolorosos que aconteceram, mas aí veio a curiosidade: fora esses momentos o que mais aconteceu?
Bem, eu comecei o ano no Rio, cheio de dor e com uma certeza: meu namoro de dois anos estava chegando ao fim. Só não esperava que doesse tanto. Com o término voltaram as crises de pânico e uma obsessão por organização assustadora. Pra compensar ganhei novos colegas de trabalho que se tornaram grandes amigos. Mergulhado no trabalho e no novo apartamento recebi visitas maravilhosas e muito amor . Um dos meus melhores amigos, o Elias posou para o NNSC e se formou, me enchendo de orgulho.
Um dia depois do meu aniversário fiz a minha primeira viagem ano, aqui do lado, para Paranapiacaba, e como amei, como amei.
Logo depois, entre blocos de pré carnaval decidi que a data em si eu iria pra Olinda, outra ideia pra lá de acertada, ao lado da Tati e da Mari conheci um monte de gente incrível, pulei, dancei, cantei. Fui feliz.
Depois disso provei melancia grelhada e me dediquei a minha casa. Infelizmente logo depois as crises se intensificaram e depois de alguns acontecimentos horríveis retornei para a terapia, talvez a decisão mais acertada do ano.
Foi então que perdi completamente o controle. Tive uma crise severa e acabei indo parar em um hospital psiquiátrico. Passei a tomar medicamentos e fui lutando pra sobreviver. Lembro com muita dor desse período mas também com muito amor. Do apoio que recebi da minha família e de alguns amigos, em especial da Kata, da Thais, da Ju Prestes, da Daud, do Cainho e do Bel. Muitos outras pessoas me deram suporte, mas esses posso dizer que ajudaram a salvar a minha vida.
Dessa fase me lembro ainda de todo o apoio, carinho e compreensão da Manu, minha chefe, e da Clarissa. Apesar do sacrifício que era levantar da cama, a cada abraço, cada conversa, cada conselho que elas me davam eu me curava um pouquinho mais. O trabalho me ajudou, mas elas, e todos os meus amigos do trabalho ajudaram muito mais.
Ainda me recuperando fui pro Rio novamente para celebrar a despedida de soltei da Thabata e foi uma delicia. Depois disso veio o casamento e foi tanto amor e orgulho que não cabe em palavras. A data também marcou minha reaproximação da Rafa, algo que agradeço sempre.
A partir dai fui indo, visitei Santana do Parnaíba e também me reaproximei da Carol Rosa e do Rafa. Com eles veio uma nova turma que mesmo eu não conseguindo acompanhar muito vou ser grato para sempre por ter me acolhido tão bem. Ano que vem prometo ser mais presente.
Em junho fiz meu Open House e olha, QUE FESTA, amigos, que festa! O mês também me trouxe a Rafa Brunoro, amiga que me ganhou em instantes e que espero, fique pra sempre.
Logo depois fui pra Campos do Jordão e visitei a Carol Patrocinio, o Du e as crianças em Santo Antônio do Pinhal e me apaixonei pela cidade. Tanto que voltei meses depois e em 2016 espero voltar muito mais.
No mês seguinte, uma nova montanha russa de emoções, com acompanhamento médico parei os remédios e percebi que, definitivamente ainda precisava deles. Recebi então um diagnóstico “definitivo”. Tenho o que chamam de transtorno de personalidade. Vão ser anos de tratamento e muita terapia, mas hoje, quase seis meses depois estou tranquilo com isso. A vida é isso.
O orgulho voltou a tomar conta de mim quando o Rapha lançou seu primeiro livro. Nessa época notei o quanto de carinho ainda tenho por amigos que estudaram comigo, em especial ele, a Cakes e a Bene.
Depois disso fui pra Vinhedo, comecei a desbravar o campo de matéria de saúde mental, algo que me orgulho muito e dediquei muito ao trabalho. Notei também o quanto o ambiente de trabalho me trouxe pessoas maravilhosas: Ricardo Donisete, Naty Eiras, Caio Menezes, Dani Nordi e a Fergs que me ouviram e me apoiaram muito, apesar da vida corrida.
Conheci também Pouso Alegre em Minas. Na data surgiu na minha vida também o Luan Rocha. pessoa que se tornaria meu maior companheiro, em todos os sentidos, e a quem sou absurdamente grato.
Logo depois, fui novamente ao Rio, dessa vez na companhia do Cainho, da Liz e da Kata e muito mais saudável e feliz. Espero que todas as próximas idas à cidade sejam tão boas.
Já bem, comecei os campeonatos de Buraco em casa, e foi só amor. Que delicia é estar com amigos, como é bom uma casa cheia, como é prazeroso um bom papo. As cartas também trouxeram de volta o Paulo, um amigo pra lá de querido.
Depois da visita de alguns gringos no trabalho e muitas pautas veio a hora do descanso. Finalmente tive minhas primeiras férias em anos. Me taquei para Belo Horizonte e que grande surpresa foi encontrar tanta gente maravilhosa: Analice, John, Otávio, Aline, Larissa e Gabriel que me acolheram de forma tão calorosa que me apaixonei perdidamente pela cidade (e por eles).
Além da turma nova reencontrei o Michel, que amo e admiro loucamente. Também conheci Inhotim, sonho antigo. A visita ao gigante museu a céu aberto mudou a minha vida como nunca pensei que uma viagem pudesse mudar. Espero que no próximo ano consiga visitar novamente.
Já outubro me trouxe Alcione, a linda viralatinha que adotei e já amo muito. Foi também o mês que consegui me reencontrar com o Cidão, um puta amigo que me faz um bem danado e também a Julia Furlan, que trampa no BuzzFeed dos EUA e é uma daquelas pessoas que todo mundo precisa conhecer.
Nessa época também pintei o cabelo de cinza (e depois de rosa, depois de roxo, depois do que sabe lá Deus o que) e comecei a relatar todas as vezes que sofri homofobia. É um processo dolorido, mas necessário. Ainda não sei o que vou fazer com esse material, mas com certeza vai dar em algo. Também me reaproximei da Julia, da Caca e da Nathalinha, amigas fieis e que mesmo tendo pouco contato me cercam de amor sempre que nos encontramos.
Já na reta final do ano reformei o banheiro (e quase enlouqueci) recebi o primeiro hóspede do AirBnb que era um fofo, celebrei um Ano Novo antecipado no Guarujá com pessoas super queridas, um pré Natal com a família materna, um com a família do Cainho e fiz um piercing no nariz.
Ainda tem mais 15 dias para acabar o ano mas já tenho meus planos: em 2016 vou viajar mais ainda. Vou intensificar esse trabalho de perceber as coisas que me acontecem. Vou me cercar cada vez mais de amigos. Vou conhecer gente e vou fazer cursos para descobrir novos passatempos.
2015 foi um ano turbulento mas revisitando ele percebi o quanto cresci, o quanto passei a olhar pra mim, a procurar melhoras, a me entregar às coisas boas da vida. Espero que em 2016 venha muito mais.