Eis que 2011 finalmente começa, e MUITO BEM. Apesar da Mondo como sempre continua cagando: sem divulgar line-up completo, vendendo cerveja quente e mantendo os banheiros nos piores estados possíveis. Sem contar as caixas de som, restritas ao palco principal (algo que continua a me intrigar e chocar).
Mas esse ano venho zen, evitando ficar tão atento a problemas de logística que tanto me incomodam e curtindo mais as apresentações, e que apresentações!
Com sol ainda alto Miranda Kassin e André Frateschi subiram ao palco, esbanjando simpatia (apesar dos back vocal meio desafinados) e fizeram bonito: mesclando clássicos da soul music e faixas do album Hits do Underground. Destaque para a desconhecida “Artista é o caralho” infinitamente melhor ao vivo que em estúdio.
Em seguida um espetacular Instituto agitou todos, Thalma de Freitas impecável e poderosa em meio ao coletivo organizado por B Negão. A fofa Ceu apareceu, não fez feio mas acabou escondida em meio a tanta energia racional.
Mayer Hawthorne, confesso gostei pouco, foi meu momento mais alcoolico e eu pouco conhecia do cantor americano. Achei ok, valendo pelo visual retrô.
E eis que surge ela, a diva Janelle Monae, com seu 1,60 e vozeirão potente, deixou tudo que veio antes e depois no chinelo. Janelle é dramática, é exótica, exagerada, mas não um exagerado fácil e simplório de Lady Gaga, tem letras profundas, é cinematográfica, um cinema complexo e delicioso com o de Wes Anderson.
A americana surge em um vídeo a lá Kanye West em sua apresentação no país em 2009, para em seguida poder tocar uma de suas canções mais dançantes: Dance or die.
Dai em diante foi só emoção, da cafoninha mas bela Smile (Charlie Chaplin) até a densa Cold War, que confesso, me arrancou muitas lágrimas. Encerrando com o maior hit Tightrop.
Foi lindo de ver, apesar do público morno que não entendia a grandiosidade do que estava assistindo. Uma banda redonda, feliz por estar ali e tão performartica quanto sua vocal. Já gostava muito, agora sou fã eterno!
E quanto a Amy? Bom a Nina Lemos nessa matéria aqui já disse meio que tudo, com a diferença é que por SP a inglesa não estava tão bem de voz. Visivelmente drogada, não consegui deixar de me sentir aflito e com dó. Segurando constantemente o braço direito (que acredito seja pelo uso de drogas injetáveis) Amy passou o show com um semblante sofrido e voz desafinada. Não tinha expectativas, mas foi realmente doloroso ver alguém tão poderoso chegar neste estado (sem contar a tentativa de compreender o que se passa pela cabeça das pessoas que cercam e permitem que ela chegue neste ponto).
E assim esperamos que seja 2011, cheio de Janelles e Thalmas, e nenhuma Amy!