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Começou com um tweet aleatório que era mais ou menos assim “E em São Paulo que carnaval é coisa de moderninho?“ achei tamanha babaquice que nem me dei ao trabalho de guardar quem foi o autor. Daí surgiram protestos facebookeanos e mais algumas dezenas de tweets: carnaval de coxinha, carnaval hipster, carnaval político e bla bla bla.

Vamos lá: você meu querido (a) que não gosta de carnaval – te entendo, não é pra todo mundo e ninguém é obrigado a gostar de nada, porém passar uma semana reclamando é uma atitude tão pau no cu pré adolescente que não deveria nem ser preciso te falar isso. Mas ok, cada um é cada um, mas lembre-se o que não falta é atividade no mundo fora ser folião.

Posto isso vamos ao moderninho lá de cima: que bom que temos os moderninhos não é mesmo? Pelo que me lembre bloco de rua era uma constante na minha infância, o carnaval do SESC que ocupava travessas da avenida Pompéia era de chorar de alegria e assim como ele muitos outros deixaram de existir na última década até que os tais moderninhos começaram a se mexer, se juntar, ensaiar, ir pra rua.

Os mesmo moderninhos ocuparam a Augusta e tocaram sem medo de cabeleira do Zezé a Satisfaction, os mesmos moderninhos estavam na Vila Madalena pra ver os cariocas do Bangalafumenga e Sargento pimenta. Moderninhos, hipsters, foliões, livres, bebendo pelas ruas, encontrando amigos, dando risadas, postando fotos no instagram, distribuído acessórios e principalmente não se importando com rótulos ou tentando parecer cool odiando uma festa tão reconhecidamente alegre.

É interessante notar também que em grande parte das críticas vem da falta de conhecimento: o hipster não admite ser hipster e vai mais além na babaquice ao criticar uma prática que deveria ser comemorada por estar de volta: os blocos de rua e digo mais, se recusa a sair de sua zona de conforto das suas redes sociais. Pergunta se sabia que na Republica logo depois do bloco moderninho da Augusta tava tendo mega trio com direito ao público mais variado que vi na vida, de famílias e idosos a transexuais e prostitutas, pergunta se sabe que na Lapa senhores e senhoras carregam com orgulho a bandeira do seu mini longínquo bloco? Pergunta se sabe que no Capão Redondo, Pirituba, Perus, Cidade Ademar, Santana, Vila nova Cachoeirinha (e pelos quatro cantos da cidade) o que não falta é escola de samba de acesso, que reúne a comunidade no domingo a noite pra ensaiar por pelo menos quatro meses. Pergunta? Não, só sabe daquilo que acontece no seu facebook e ainda tem a cara de pau de encher a boca pra criticar.

Não digo que sei de tudo, que aceito tudo e que amo tudo, mas posso afirmar com toda certeza que com aquele look que você não usaria nunca, uma cerveja na mão, bons amigos e um bom calçado pulando na rua você vai ser muito mais feliz do que postando o quão o carnaval é horrível.

Beijo pra quem é hipster moderninho, folião com muito orgulho e sabe que todos esses rótulos não valem nada e que são apenas isso: rótulos.